O 5º Congresso Missionário Nacional, que teve início no dia 10 de novembro em Manaus (AM), sob o tema “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo” e o lema bíblico “Corações ardentes, pés a caminho”, encerrou suas atividades ontem (15), quarta-feira.
O evento reuniu cerca de 800 participantes de todas as regiões do Brasil, contando com a participação de 40 bispos, 150 consagrados e consagradas, 110 presbíteros, 10 diáconos, 30 seminaristas, 300 leigos e leigas, representantes de povos originários, além de 200 voluntários e voluntárias.
Durante os dias de congresso, foram realizadas conferências, painéis temáticos, oficinas e momentos de reflexão e debate em grupos. Os participantes também vivenciaram a realidade local, participando de recepções e atividades nas comunidades paroquiais da arquidiocese de Manaus, culminando no domingo (12) com a marcante Romaria dos Mártires.
Carta compromisso
Os missionários compartilharam uma carta compromisso ao final do evento, delineando diretrizes para ampliar e dinamizar as prioridades do Programa Missionário Nacional (PMN). Todos expressaram o desejo de seguir os passos dos discípulos de Emaús, buscando caminhos de transformação para que o Ressuscitado abra os olhos, converta os corações e impulsione para a missão permanente. Destacaram ainda a importância de reconhecer o divino no cotidiano dos povos, respeitando suas sabedorias, culturas e territórios.
Refletindo sobre a identidade missionária da Igreja, os participantes enfatizaram a necessidade de uma missão fundamentada no diálogo recíproco, acolhendo as periferias e os pobres, sem preconceitos. A missão, segundo a carta, deve incluir a todos, gerando espaços de escuta e comunhão.
O Congresso também proporcionou reflexões e aprofundamento no conteúdo do PMN, que definiu quatro prioridades para a ação missionária da Igreja no Brasil: formação missionária, animação missionária, missão Ad Gentes e compromisso profético-social. Os participantes reafirmaram a relevância do documento, iniciado no 4º Congresso Missionário Nacional em 2017, e apresentaram pistas para ampliação e dinamização de cada prioridade.
Depoimentos de Missionárias
Amazônia Monteiro, que atua no Serviço Inaciano de Espiritualidade (Sies), em Manaus, enfatizou a importância do congresso em um momento em que se faz necessário ir ao encontro das comunidades. “Através dos testemunhos e diferentes atividades do congresso, podemos ver que é possível sim sermos uma igreja em saída, que está atenta a necessidade e a realidades do outro”. Enfatiza também que é preciso “sair para uma ação pastoral, de motivação e conscientização para que as pessoas descubram na vocação batismal a sua identidade missionária.”
Irmã Maria Augusta, representante legal das Irmãs Servas de Maria Reparadoras, no Acre, expressou profunda gratidão pelo acolhimento do povo amazonense e o modo de ser Igreja na Amazônia: “Eu creio que um dos grandes aprendizados desse congresso é de vermos como é necessário sair da nossa realidade, de como podemos aprender com uma região diferente da nossa, como o caso da região norte, que tem demonstrado uma força evangelizadora e missionária única.”.
Maria Della Giustina, da Diocese de Tubarão, em Santa Catarina, no sul do país, disse estar contente com a reunião de pessoas de diferentes localidades na Região Norte: “Estávamos ali com os bispos, padres, diáconos, leigos e leigas, uma grande representação dos povos indígenas e também padres indígenas conduzindo as suas comunidades. É um sinal do Reino de Deus presente no nosso país e se manifestando através desse Congresso”. Ela concluiu dizendo: “Foi uma experiência especial e muito significativa, porque a dimensão missionária é a essência da nossa igreja e, no dia a dia, todos nós somos convidados a ser missionário”.
A edição do Congresso este ano foi coordenado pelas Pontifícias Obras Missionárias, em conjunto com o Conselho Missionário Nacional e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Além disso recebeu o apoio da Arquidiocese de Manaus e várias outras instituições.
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