A Casa de Chico Mendes, ícone da luta ambientalista na Amazônia, foi reaberta em Xapuri (AC), após meses de intensas obras de manutenção e reforma. A reforma aconteceu graças à parceria estabelecida entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Prefeitura de Xapuri e a família Mendes.
Localizada à Rua Doutor Batista de Moraes, n° 487, bairro Centro, a casa abriga um acervo valioso, testemunho da vida e luta de Chico Mendes. Lá encontram-se objetos ligados ao cotidiano do trabalhador amazônico, à batalha contra a concentração fundiária e desmatamento, o que enriquece a experiência dos visitantes.
Com quatro cômodos que incluem sala, cozinha e dois quartos, a residência é mais do que aparenta, sendo uma representação da carpintaria tradicional local e ambiente de um homem marcado pela defesa da floresta em pé.

As obras abrangeram desde a troca de vigas danificadas até a renovação da estrutura da cobertura. A fachada e área interna receberam peças de madeira novas, enquanto a cerca foi refeita e o deck, recuperado. A pintura completa trouxe à casa uma nova vitalidade, pronta para receber visitantes.
Tombada pelo Iphan, ela é um patrimônio cultural amazônico e uma ferramenta crucial para o desenvolvimento sustentável da região. Xapuri, em seu compromisso com a valorização cultural, destaca-se como símbolo dessa luta por proteção ambiental e justiça social.

Chico Mendes
Chico Mendes, seringueiro, ambientalista e sindicalista, tornou-se líder mundial ao lutar pela preservação ambiental, melhores condições de vida para os trabalhadores amazônicos e apresentar o extrativismo como alternativa sustentável. “Sou um seringueiro, meus companheiros vivem da floresta há 130 anos, aproveitando a sua riqueza sem destruí-la,” declarou Mendes ao receber reconhecimentos, incluindo o Prêmio da Sociedade para um Mundo Melhor, nos Estados Unidos, em 1987.

O ambientalista foi assassinado aos 44 anos, em 1988, na casa que hoje preserva objetos e mobiliário da época. Localizada às margens do rio Acre, a casa é um testemunho da história do sindicalismo e da resistência contra a expansão predatória na Amazônia.