HISTÓRIA
O imenso território da Amazônia já nos séculos XVII e XVIII foi palco do extraordinário zelo apostólico dos missionários da Companhia de Jesus. Em 1636 chega o primeiro jesuíta, Luís Figueira, mestre de língua tupi (escreveu “Arte da língua brasílica”), que foi assassinado pelos indígenas em 1643, depois de ter naufragado com alguns companheiros nas costas da Ilha do Marajó. Segundo Eduardo Hoornaert, do Cehila, a memória deste grupo missionário é importante para a Igreja do Brasil e esse naufrágio deveria ser recordado ao lado do naufrágio do Beato Inácio de Azevedo e Companheiros (17 de julho).
Depois dele, o maior impulso de prática cristã na Amazônia foi dado pelo grande missionário Antônio Vieira (1608-1697), inspirado pela mensagem de Jesus e sensibilizado pelo sofrimento dos povos indígenas. Tendo enfrentado a oposição dos colonos e das Câmara do Maranhão e do Pará, percebeu que “não podia haver conversão da gentilidade, enquanto as missões não estivessem totalmente isentas do poder e interesse dos que governavam”. Foi este um dos motivos que suscitou a reação do Marquês de Pombal, até conseguir a expulsão da Companhia de Jesus do Brasil em 1759.
Em 1912 a região voltou a contar com uma modesta presença de jesuítas portugueses que abriram em 1917 a Residência de Nossa Senhora de Lourdes em Belém do Pará. Em 1969, os jesuítas assumem a Prelazia de Ponta de Pedras na Ilha do Marajó com Dom Angelo Ribato sj.
Os jesuítas vieram para Manaus em 1978 na paróquia de São Francisco. Depois passaram para Compensa II nos anos 1982, aonde moravam quatro jesuítas: Luciano Foster, Albano Ternus, Leopoldo e Renato.
Em 1995 o Pe. Albano Ternus é Secretário do Regional Norte II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB.
Em Marabá, o Pe. Ronaldo Colavecchio chega à paróquia nos anos 1984 e, logo em seguida, chega o Pe. Pietro Colzani, quem constrói a Casa de Retiros que anos mais tarde foi cedida à Diocese.
O Distrito dos Jesuítas da Amazônia, DIA, criado no dia 2 de maio de 1995, começou a funcionar com dois pólos: Belém (com presenças na cidade de Belém, Marabá e Marajó) e Manaus (com presença na cidade de Manaus). O projeto inicial contava também com um pólo em Porto Velho, entretanto acabou unida à Província do Sul. O primeiro Superior Pe. Cláudio Perani, morava na casa da Compensa II, em Manaus. No dia 08 de dezembro de 1995, começou a funcionar a Cúria do Distrito na Casa de São Jorge, em Manaus, junto com o Pe. Guillermo Cardona Grisales.
O pólo de Belém contava com as seguintes obras: em Belém com a Capela de Lourdes e o Centro Alternativo de Cultura, CAC (1994), Casa de Retiros em Ananindeua (1995); em Marabá com a paróquia São Francisco, a escola profissional Pedro Arrupe e o início de um trabalho missionário; em Marajó, com duas paróquias.
O pólo de Manaus contava com os seguintes trabalhos apostólicos: a direção do Seminário Regional (1994 até 2002), aulas no CENESCH, Centro de Estudos do Comportamento Humano (1994 até 2010), a paróquia Nossa Senhora Mãe da Misericórdia, da compensa II (1982 até 2005), a coordenação da CPT, Comissão Pastoral da Terra no Amazonas (1993).
No final do ano de 1997 se cria o trabalho Equipe Itinerante (Albano Ternus e Paulo Sérgio Veilant, em 1998 chegam novos reforços Fernando Lopes e Ir. Arizete). Por meio da Equipe Itinerante a presença dos jesuítas entre os povos indígenas ganha força e uma atenção especial.
Atualmente, em parceria com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) estamos atuando em diversos lugares nesta vasta Amazônia: Equipe Indigenista Novo Paraíso – CIMI (desde 2008); Equipe Indigenista Atalaia do Norte – CIMI (desde 2021); Equipe Indigenista Santarém – CIMI (desde 2021); Equipe Indigenista dos Povos em Situação de Isolamento – CIMI (desde 2010); Equipe Indigenista Juína – CIMI (desde 2020).
- Missão: Colocados com Cristo no coração da nossa realidade, nós, jesuítas do Brasil, somos movidos a alimentar a Vida de Deus em todo ser humano e em toda a criação, manifestando um cuidado especial com os mais pobres e com toda a vida ameaçada. Como homens de Igreja, ‘servidores da missão de Cristo’ e inflamados por Sua paixão pelo Reino, sentimo-nos enviados às novas fronteiras de nosso país, de nosso continente e do mundo, chamados a reinventar nosso serviço a fé, a promoção da justiça e ao diálogo com as culturas e com as religiões, colaborando com outros(as) para que se realize o projeto divino de reconciliação para a maior glória de Deus e a salvação do mundo. (PA-BRA, 2015-2020, n. 6).
- Visão: Durante a 35ª Congregação Geral da Companhia de Jesus (janeiro – março/2008), o Papa Bento XVI confiou aos jesuítas a missão de levar o Evangelho às “fronteiras” da fé, da cultura e da sociedade civil. O Santo Padre expressou a sua confiança e a de toda a Igreja na capacidade que a Companhia de Jesus tem de levar a cabo essa missão.
- Valores:
– Respeito à alteridade indígena em sua pluralidade étnico-cultural e histórica e valorização dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas;
– Protagonismo dos povos indígenas, sendo a Companhia de Jesus uma aliada nas lutas pela garantia dos direitos históricos;
– A opção e o compromisso com a causa indígena dentro de uma perspectiva mais ampla de uma sociedade democrática, justa, solidária, pluriétnica e pluricultural.
- Beneficiários diretos e indiretos: A missão indigenista beneficia de forma indireta todos os povos e populações da Amazônia e diretamente os povos indígenas dos Estados em que os missionários jesuítas e não-jesuítas atuam, isto é, Amazonas, Mato Grosso, Acre e Roraima. Além disso, beneficia os povos indígenas em situação de isolamento e risco.
ATUAÇÃO
Objetivo Geral: Acompanhar e servir os povos e organizações indígenas, fortalecendo o direito à terra e à autonomia de seus territórios através do diálogo e da participação na construção de políticas públicas adequadas à sua realidade.
Objetivos Estratégicos
a) Colaborar na incidência com os povos indígenas, em regime de parceria entre os jesuítas destinados para a missão indígena na Preferência Apostólica Amazônia dos Jesuítas do Brasil e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI);
b) Promover uma estratégia de conhecimento, relacionamento e intercâmbio entre as presenças dos jesuítas na Amazônia e outros atores que também trabalham com a causa indígena, articulando e apoiando iniciativas significativas em nível eclesial ou da sociedade civil em geral;
c) Dedicar atenção especial à proteção da vida dos povos isolados que permanecem sem contato com a sociedade nacional, aos povos em luta pelo reconhecimento étnico e territorial e as populações indígenas que vivem nas cidades;
d) Fortalecer e incentivar a ação apostólica nas fronteiras geográficas particularmente conflitivas e com populações indígenas, ajudando a inserir estagiários leigos(as) interessados na defesa de suas causas.
e) Apoiar a continuidade e a criação de comunidades de inserção entre os povos indígenas, abertas a presença dos jesuítas e não-jesuítas na formação e colaboradores na missão;
f) Incidir nacional e internacionalmente por meio de assessoria jurídica para que os povos indígenas e seus territórios sejam defendidos e protegidos; e não sejam depredados e exterminados impunemente pelos grandes projetos e interesses econômicos do atual sistema de desenvolvimento capitalista imposto na região amazônica e no mundo;
g) Participar dos cursos de formação específica promovido pelo Cimi (Básico I e II), bem como aproveitar outras oportunidades de cursos e encontros para a formação específica oferecida pelo Cimi a seus missionários e missionárias;
h)Dialogar com as igrejas locais para que seja garantida, na pastoral de conjunto uma linha inculturada e libertadora no acompanhamento dos povos indígenas.
REDES DE COLABORAÇÃO
Desde o ano de 2015, existe um convênio de Cooperação Apostólica que, entre si, celebram a Província dos Regiliosos Jesuítas do Brasil – BRA, Associação Antônio Vieira – ASAV e o Conselho Indigenista Missionário – Cimi. Esse instrumento tem como objetivo o estabelecimento de Colaboração Apostólica nas áreas de presença e incidência com os povos indígenas, em regime de parceria entre os jesuítas destinados para a missão indígena na Preferência Apostólica Amazônia dos Jesuítas do Brasil e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), e sempre que houver interesse convergente das partes, visando ampliar e aperfeiçoar a solidariedade da Igreja com a causa indígena.
A Pastoral Indigenista SJ ocupa os diversos espaços de diálogo promovidos pela igreja local, CRB, PAAM, REPAM, CEAMA, para tratar as questões indígenas. Estamos também vinculados com a Rede SJ a nível de província BRA por meio do Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida – OLMA (Eixo Indigenista), que é o responsável da articulação das obras e serviços socioambientais; e, a nível da CPAL, estamos vinculados ao grupo dos indigenistas.
ORGANIZAÇÃO:
Equipe Indigenista – Novo Paraíso (RR) | Cláudio Barriga, SJ (CHI) e Gabriel Vilardi, SJ (BRA)
Equipe Indigenista – Vale do Javari (AM) | Urbano Rodolfo Muller, SJ (BRA)
Equipe Indigenista – Pastoral indígena em colaboração com o CIMI – Diocese de Juína | José Miguel Clemente, SJ (ESP) e Rafael Leria Ortega, SJ (BOL)
Equipe Indigenista – Santarém/PA | Vanildo Pereira da Silva Filho, SJ (BRA)
Equipe Indigenista – Assis Brasil/AC | Juan Fernando Lopez Pérez, SJ (PAR) e Francisco Almenar Burriel, SJ (ESP)
Equipe Indigenista – Cuiabá/MT | Aloir Pacini, SJ (BRA)
Equipe Indigenista – Manaus/AM | Paulo Tadeu Barausse, SJ (BRA) e Arquelino Xavier dos Santos, SJ(BRA)
MURAL DE FOTOS
MAIS INFORMAÇÕES: