Entre os dias 15 e 17 de setembro, a Chácara Dom Luciano Mendes de Almeida, situada na rodovia AM 010, foi o chão do II Encontro da Soma dos Quintais das Mulheres da Amazônia, um evento marcante que reuniu 45 mulheres ativas e engajadas, desempenhando papéis fundamentais nas comunidades da vasta região amazônica.
Promovido pelo Serviço de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES), o encontro serviu como um espaço de reflexão, partilha e aprendizado. Além disso, destacou-se por sua ênfase no reconhecimento da importância de assegurar o bem-estar emocional e físico das mulheres que exercem funções essenciais em suas comunidades.
Dentre as participantes, estavam mulheres representando diferentes organizações da sociedade civil, incluindo a Associação Maria Sem Vergonha, Centro Alternativo de Cultura de Belém do Pará, Kokama, Área Missionária Santa Margarida de Cortona, SJMR Brasil, Dandara e a Organização de Mulheres Pretas, além do movimento Frente de Mulheres da Amazônia.
Destaca-se também a participação das mulheres Warao, que segundo Mary Nelys, analista social do SARES, “sofrem pela falta de políticas públicas ausentes no município de Manaus” e enfatizaram seu desejo de integração nas atividades, reivindicando sua identidade como parte do povo manauara indígena. “A oportunidade permitiu a elas compartilhar perspectivas únicas e estabelecer conexões fundamentais com outros grupos indígenas presentes”, ressaltou Mary.
Durante os três dias de evento, diversos temas relevantes foram discutidos, inclusive a mobilização da Marcha das mulheres indígenas em Manaus. Destaque também para propor ações a curto e médio prazo que visem fortalecer a rede de mulheres da Amazônia.
Mercy Soares, educadora social do SARES, compartilhou que o encontro permitiu desenvolver uma reflexão acerca da importância de todos se verem como sujeitos políticos do gênero feminino que praticam para si o que desejam para outras pessoas. “A partir do autocuidado procedemos a uma revisão pessoal e uma reflexão sobre o modo como desenvolvemos a defesa dos direitos humanos ou o ativismo socioambiental”, concluiu.