Nos próximos dias 18 a 22 de setembro, o cenário de Quispicanchi, no Peru, será palco de um evento de grande importância e significado: o Encontro de Mulheres Indígenas da América Latina. Organizado pela Rede de Solidariedade e Apostolado Indígena (RSAI), ligada à Companhia de Jesus, o encontro tem como propósito central compartilhar e celebrar o caminho e vida dessas mulheres na região.
O evento será uma oportunidade ímpar para que indígenas e líderes se reúnam para compartilhar suas experiências, conhecimentos, lutas e resistências. Além disso, propõe intensos diálogos e reflexões sobre os desafios e oportunidades que as mulheres indígenas enfrentam em suas comunidades e na sociedade em geral.
O Brasil estará representado por uma delegação de seis mulheres de etnias diferentes que estão ligadas às obras e serviços na Preferência Apostólica Amazônia (PAAM). O jesuíta Gabriel Vilardi, membro da pastoral indigenista, em Roraima, irá acompanhá-las. A presença do grupo destaca o compromisso da Igreja Católica e das instituições religiosas na defesa dos direitos e da dignidade dessas populações.
Alcineia Pinho Cadete, mulher indígena do povo Wapichana, em Roraima, é uma das representantes brasileiras e afirma estar ansiosa para o encontro: “É uma satisfação e alegria poder participar desse encontro de mulheres indígenas da América Latina, pois permite viver novas experiências, além de poder compartilhar a minha vivência, a realidade do meu povo.”
Segundo Clarice Duhigó, da etnia Tukano, um dos povos do Alto Rio Negro, a ideia é ressoar as vozes das mulheres indígenas por meio de sua própria voz “compartilhando das realidades, dos desafios e das conquistas no Brasil, principalmente do Amazonas, onde se tem uma limitação das políticas públicas para os povos indígenas.”
Compartilhando saberes e fortalecendo resistências
O tema central do evento reflete a importância de reconhecer e celebrar as contribuições únicas das mulheres indígenas para suas comunidades e para a sociedade em geral. Além disso, aborda questões cruciais relacionadas à igualdade de gênero, justiça social e preservação de suas culturas.
Espera-se que esse encontro seja um momento poderoso de resistência e fortalecimento para as indígenas, onde poderão compartilhar não apenas os desafios que enfrentam, mas também as soluções que estão desenvolvendo e as perspectivas que visam construir para um futuro mais inclusivo e justo.