O Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares), com o apoio da rede de acompanhamento e apostolado indígena da província dos jesuítas do Brasil, participou do VIII Encontro Geral do Povo Mura da Resistência, realizado de 29 a 31 de maio na terra indígena Lago Soares, no município de Autazes (AM). O evento reuniu mais de 400 participantes — entre indígenas, organizações indigenistas e apoiadores — e teve como objetivo reforçar a luta dos povos originários pela demarcação de seus territórios, denunciar as crescentes ameaças e reafirmar a resistência contra projetos de exploração em suas terras.
“O povo Mura está vivo, organizado e seguirá lutando pela vida, pela terra e pela justiça. Demarcação já. Sem negociação. Sem mineração”, afirmaram coletivamente as lideranças Mura presentes no encontro, que também foi acompanhado por mais de 3 mil pessoas de forma virtual.
Estiveram presentes representantes Mura de diversos municípios do Amazonas, como Autazes, Careiro da Várzea, Manaus, Borba, Maués, entre outros. A pluralidade da resistência se fortaleceu com a presença de delegações de povos aliados — Macuxi, Munduruku, Yepamahsã, Baré, Timbira, Sateré-Mawé, Kaxinawá, Miranha, Apurinã, Kokama, Tukano e Baniwa — vindos dos estados do Amazonas, Pará e Rondônia.
Além das representações indígenas, o encontro contou com a participação de organizações como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), três organizações indigenistas e diferentes órgãos públicos, entre eles o Ministério Público Federal, o IBAMA, a Funai e os ministérios dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos.
Para o Diretor do Sares, Silvio Marques, SJ, a atividade foi um marco na resistência dos povos da floresta:
“O encontro foi um momento importantíssimo na luta do povo Mura. Diante do MPF, do IBAMA, da Funai, do Ministério dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos, foi uníssona a voz do povo da floresta dizendo não à mineração da empresa Potássio do Brasil em suas terras ancestrais.”
A presença do Sares no evento reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos dos povos originários, com o fortalecimento das suas lutas e com a construção de um modelo de desenvolvimento que respeite os modos de vida tradicionais e a integridade dos territórios da Amazônia.