Encontro SJPAM 2025 impulsiona articulação jesuítica na Pan-Amazônia

Participantes reafirmam compromisso com colaboração regional, fortalecimento de redes e diálogo com os povos amazônicos, em encontro realizado em Manaus (AM)

De 30 de novembro a 02 de dezembro, Manaus (AM) recebeu o encontro anual do Serviço Jesuíta Pan-Amazônico (SJPAM), que reuniu jesuítas e colaboradores de diversos países da região para avançar na construção de um plano apostólico comum para a Pan-Amazônia. A reunião contou com a presença do Pe. Rafael Garrido, SJ, e do Pe. Agnaldo Júnior, SJ, respectivamente presidente e delegado socioambiental da Conferência dos Provinciais Jesuítas da América Latina e Caribe (CPAL por extenso), além dos provinciais dos países que compõem o território pan-amazônico.

Estiveram presentes o Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ (Brasil), Pe. Víctor Hugo Miranda, SJ (Peru), Pe. Daniel de Ycaza, SJ (Equador), Pe. Hermann Rodríguez, SJ (Colômbia), Pe. Martín Lenk, SJ (Caribe), Pe. Alfredo Infante, SJ (Venezuela) e Pe. Bernardo Mercado, SJ (Bolivia) . Também participaram representantes de obras e redes como Fe e Alegria, Rede Jesuíta com Migrantes, Rede de Solidariedade e Apostolado Indígena, ALBOAN, Canadian Jesuits International e a Equipe Itinerante.

Eixos de missão para a Pan-Amazônia

Ao longo dos três dias, os participantes refletiram sobre a realidade amazônica, partilharam experiências de missão e atualizaram propostas de trabalho em cinco âmbitos estratégicos: Educação, Socioambiental, Paróquias, Espiritualidade e Povos Indígenas. Cada grupo apresentou moções, desafios e iniciativas para fortalecer a atuação integrada da Companhia de Jesus no bioma.

No âmbito da Educação, o grupo reforçou a necessidade de uma atuação transfronteiriça, a construção de um “mapa vivo” das presenças educativas e a promoção de processos interculturais e bilíngues de qualidade. Também destacou iniciativas de cuidado com educadores, intercâmbio de experiências e desenvolvimento de projetos comuns em zonas de fronteira.

Na frente socioambiental, reafirmou-se que o tema é transversal a toda a missão do SJPAM. O grupo destacou a necessidade de uma comunicação mais dinâmica — inclusive com apoio de inteligência artificial — e do aproveitamento de experiências já consolidadas no Brasil para fortalecer modelos de governança e articulação regional.

O eixo de Paróquias dedicou-se a caracterizar o que significa ser uma paróquia jesuítica com rosto amazônico: encarnada na realidade, intercultural, comprometida com migrantes, promotora da língua, da cultura e da espiritualidade dos povos locais, com forte protagonismo laical e juvenil. Três linhas comuns foram definidas: formação, interculturalidade e inserção dos Exercícios Espirituais nas pastorais.

No grupo de Espiritualidade, emergiu a importância de aprofundar o diálogo entre a espiritualidade inaciana e as espiritualidades amazônicas. Entre as propostas, destacam-se os Ecoexercícios, a criação de um Centro de Espiritualidade Eco-Amazônica e a elaboração de materiais adaptados às comunidades.

O âmbito dos Povos Indígenas enfatizou a necessidade de fortalecer o trabalho conjunto com o REPAM por extenso e de criar espaços pan-amazônicos de formação indigenista, retiros e processos de ecoespiritualidade. Também foi discutida a importância de incentivar experiências de inserção de jesuítas em territórios amazônicos durante etapas formativas.

Reunião dos provinciais

Os provinciais presentes discerniram sobre o modelo de governança e articulação do SJPAM. Entre as decisões, destacam-se:

  • fortalecimento da equipe coordenadora, com diálogo constante entre coordenador e provinciais;
  • criação de um secretário executivo para garantir continuidade;
  • consolidação do papel do coordenador como ponto de articulação com o REPAM por extenso e a CEAMA por extenso;
  • necessidade de integrar os planos apostólicos das províncias com as redes já existentes, evitando duplicações e promovendo colaboração.

Consolações e horizonte comum

Na avaliação final, os participantes destacaram sentimentos de esperança, gratidão, compromisso, articulação, colaboração e caminhada conjunta. Houve um chamado à coragem criativa, ao reconhecimento dos pequenos passos já dados e à renovação da missão junto aos povos da Amazônia, considerados “sujeitos protagonistas e não destinatários” da ação apostólica.

O encontro marcou mais um passo na consolidação de um projeto comum de missão para a Companhia de Jesus na Pan-Amazônia e reforçou o compromisso de atuar com, para e a partir das comunidades e povos que habitam o território.

INFORMAÇÕES DE CONTATO

Felipe Moura

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