Pesquisadores da Universidade de Tübingen, na Alemanha, anunciaram a descoberta de uma espécie de tartaruga gigante na Amazônia, desvendando uma fascinante parte da vida pré-histórica na região. O fóssil, encontrado no coração da floresta tropical brasileira, consiste em um osso da mandíbula desse réptil aquático, cuja carapaça teria atingido 1,8 metros de comprimento.
A descoberta, publicada na revista Biology Letters, lança luz sobre uma criatura que habitou a região amazônica há cerca de 40.000 a 9.000 anos, durante o final do Pleistoceno. A tartaruga recebeu o nome científico de Peltocephalus maturin.
O estudo foi conduzido por uma equipe internacional de pesquisadores, com colaboração de instituições brasileiras, e teve como base a análise detalhada de um vestígio fossilizado descoberto em 2015 às margens do Rio Madeira, em Rondônia (RO). Por meio de técnicas avançadas de datação, os cientistas puderam confirmar a idade do fóssil e reconstruir aspectos cruciais da história da tartaruga gigante amazônica.
A interação entre esses gigantes aquáticos e os povos antigos da Amazônia adiciona uma dimensão intrigante ao panorama histórico. Estudos sugerem que as tartarugas gigantes, incluindo Peltocephalus maturin, desempenharam um papel significativo na dieta dos primeiros habitantes humanos, apontando para uma conexão profunda entre os seres humanos e a fauna local.
A descoberta destaca a importância dos estudos paleontológicos e arqueológicos para compreendermos não apenas a história natural da região, mas também a interação entre os seres humanos e o meio ambiente ao longo do tempo. Esses estudos são fundamentais para promover a justiça socioambiental, pois fornecem insights sobre como as comunidades indígenas e tradicionais têm coexistido com a biodiversidade amazônica ao longo dos milênios.
Além disso, ao reconstruir a ecologia passada da Amazônia e o papel das espécies extintas no ecossistema, como a Peltocephalus maturin, os cientistas contribuem para a conscientização sobre a importância da conservação da biodiversidade na região. Isso está alinhado com o cuidado ambiental e a necessidade de proteger ecossistemas únicos e vulneráveis, como a Amazônia, que desempenham um papel crucial na regulação do clima global e na manutenção da saúde do planeta.