Na tarde da última quarta-feira, 25 de junho, Manaus sediou o II Seminário Fórum das Águas, com o tema Cidades Amazônicas x Mudanças Climáticas – o que os amazônidas podem fazer. O evento aconteceu no auditório Mãe Paula, da Cúria Metropolitana, reunindo pesquisadores, lideranças religiosas, indígenas, comunitárias e representantes da sociedade civil comprometidos com a construção de políticas públicas voltadas à justiça socioambiental e à defesa dos direitos humanos.
Participaram do seminário representantes da comunidade jesuítica em Manaus como o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares) e Equipe Itinerante, além de organizações parceiras. A mesa de abertura contou com a presença da professora e pesquisadora Adorea Albuquerque (PPGEOG/Ufam), da professora Clarice Tukano (Facede/Ufam), da doutoranda Gilmara Santos (IComp/Ufam) e do Pe. Sandoval Alves Rocha, SJ, coordenador do Fórum das Águas.
Durante a programação, os participantes foram divididos em grupos para refletir e propor ações práticas a partir de quatro eixos: Florestas, Águas, Resíduos, Povos e Bem-Viver. As propostas reunidas servirão de base para a elaboração de um documento a ser apresentado na COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém (PA).
Segundo o Pe. Sandoval Rocha, SJ, as mudanças climáticas já afetam diretamente o cotidiano das populações amazônicas. “Já sentimos na pele os impactos com secas severas e aumento das temperaturas. A reflexão proposta pelo Papa Francisco, especialmente na Laudato Si’ e na perspectiva da Ecologia Integral, nos impulsiona a agir. Como Igreja e sociedade civil, não podemos nos acomodar. Precisamos continuar debatendo, mobilizando e pressionando o poder público por mudanças concretas.”
Criado em 2012, o Fórum das Águas se consolida como espaço democrático e permanente de diálogo, articulação e mobilização em defesa da vida e da água. Com o apoio de diversas organizações — como o Sares, o Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA), o SOS Encontro das Águas, entre outros —, o seminário reforça a urgência de respostas coletivas e integradas frente à crise climática na Amazônia.