Juventudes Amazônidas se reúnem em Manaus para fortalecer o protagonismo na justiça climática

Encontro promovido pelo Sares e Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambientall, com assesoria do Centro MAGIS Amazônia, integrou jovens de diferentes regiões, promovendo vivências, trocas de saberes e construção coletiva rumo à COP30

Entre os dias 17 e 19 de outubro, o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares), em parceria com o Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, realizou o Encontro da Juventude Amazônida na Chácara Dom Luciano, em Manaus (AM).

Com o tema “Saberes Ancestrais e Justiça Climática: Juventudes Amazônidas no Enfrentamento da Crise Climática – Banzeirando rumo à COP”, o evento reuniu 27 jovens indígenas e não indígenas vindos do Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, além de países como Venezuela e Bolívia, e contou com o apoio do Centro MAGIS Amazônia.

A iniciativa teve como objetivo fortalecer o protagonismo das juventudes amazônidas na construção da justiça climática, promovendo momentos de formação, escuta ativa, valorização dos saberes ancestrais e produção colaborativa de materiais de comunicação.

Formação, espiritualidade e expressão cultural

A programação iniciou na sexta-feira (17), com uma acolhida no Espaço Loyola e um momento de espiritualidade conduzido pela juventude do Pará. À noite, foi exibido o curta-metragem Floresta Curumim, parte da Mostra Audiovisual Tela Verde, em parceria com o Centro MAGIS Amazônia.

No sábado (18), as juventudes participaram de rodas de diálogo sobre a emergência climática, refletindo sobre os impactos, causas e soluções para os desafios ambientais nos territórios amazônicos. Durante a tarde, o grupo expressou suas percepções e sonhos por meio de poesias, ilustrações e músicas, que foram apresentadas na Noite Cultural, marcada por danças e cantos tradicionais.

O domingo (19) foi dedicado à formação técnica, com a oficina sobre o Sistema de Monitoramento de Áreas Queimadas e Gestão do Fogo (LASA), ministrada por Liz Barreto Coelho Belém e Julia Abrantes Rodrigues. O encerramento foi conduzido por jovens mulheres indígenas de Rondônia, que prepararam uma mística celebrando a união e o compromisso coletivo com o futuro da Amazônia.

Juventudes em defesa da Amazônia

Durante o encontro, jovens participantes destacaram a importância do espaço como um ambiente de troca, formação e articulação.

Para Larissa Rodrigues, indígena Karitiana e integrante da Articulação das CPTs da Amazônia, o evento reafirmou a força política e coletiva das juventudes amazônicas: “O Encontro das Juventudes da Amazônia foi um espaço rico e estratégico de articulação, resistência e aprendizagem coletiva. Nele nós vivenciamos práticas que já existem nos territórios, afirmamos nossas identidades e fortalecemos metodologias de educação popular que nos ajudam a compreender, compartilhar e enfrentar os desafios.”

Já o jovem Felipe Gabriel, do Povo Mura, destacou a relevância das ferramentas apresentadas durante o evento: “O encontro foi um espaço rico de trocas e fortalecimento das lutas pelos territórios. Destaco também a eficiência do sistema de monitoramento LASA e da plataforma Alarmes, que trazem dados essenciais para apoiar nossas ações e estratégias diante das mudanças climáticas.”

Parcerias que fortalecem o protagonismo juvenil

Para Mary Nelys, analista social do Sares, a realização do encontro reforçou o compromisso da instituição com o fortalecimento das juventudes amazônidas: “Foi maravilhoso ouvir a voz da juventude e ver o quanto já estão engajados na defesa do Bioma Amazônia. As parcerias com o Centro MAGIS Amazônia, a Articulação Agro e Fogo e o Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social foram fundamentais para fortalecer esse espaço.”

Iremar Ferreira, do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, parceiro na realização, também destacou a importância da mobilização: “Para nós, do Fórum, foi de grande alegria oportunizar um encontro de juventudes comprometidas com seus coletivos, em um momento histórico na Amazônia”, afirmou Iremar Ferreira. “Tornou-se possível fortalecer o intercâmbio de conhecimentos ancestrais e refletir sobre as emergências climáticas e os caminhos possíveis para uma boa convivência com a Amazônia. Acreditamos que a resposta para este momento histórico passa pelas juventudes.”

INFORMAÇÕES DE CONTATO

Felipe Moura

COMPARTILHAR

Notícias Relacionadas