Mulheres da Amazônia se reúnem em Conferência Livre para debater Justiça Climática

Encontro promovido pela rede “Soma dos Quintais”, com apoio do Sares, discutiu o protagonismo feminino na luta contra as mudanças climáticas e formulou propostas para a Conferência Nacional de Meio Ambiente

No dia 25 de janeiro, o Espaço Loyola, em Manaus, sediou a Conferência Livre das Mulheres da Amazônia, promovida pela rede “Soma dos Quintais” com apoio do Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares). O encontro teve como tema o eixo “Justiça Climática – O enfrentamento das mulheres nos desafios das mudanças climáticas” e reuniu lideranças femininas para debater soluções sustentáveis e inclusivas para a crise ambiental.

A programação iniciou com um café partilhado e credenciamento, seguido da abertura oficial, que contou com a participação de Márlúcia Silva, do Instituto Cultural, e a apresentação do “Carimbó das Ritinhas”. Na sequência, a engenheira florestal Rosi Batista moderou a exposição do histórico da Conferência Nacional de Meio Ambiente e a exibição de um vídeo da Ministra do Meio Ambiente.

Também foi realizada a mesa-redonda “O Enfrentamento das Mulheres nos Desafios das Mudanças Climáticas”, abordando o impacto desproporcional das mudanças climáticas sobre mulheres, especialmente em contextos de vulnerabilidade, e estratégias femininas de organização e inovação para enfrentar a crise ambiental.

Na parte da manhã, os participantes se dividiram em Grupos de Trabalho para elaborar propostas que serão levadas à Quinta Conferência Nacional de Meio Ambiente, em Brasília. Em plenária, essas propostas foram debatidas e aprovadas, além de ser eleita uma delegada para representar o movimento na conferência nacional.

Foram eleitas como delegadas as indígenas Angélica Pankararu, titular e Inara Satarê , suplente, representantes para a Conferência nacional que será 5 e 6 de maio. Quanto as propostas priorizadas e já cadastradas na plataforma Brasil Participativo, as mais votadas foram:

1.Garantir a destinação de 5% dos recursos públicos para a conservação da natureza, seus rios e igarapés, como sujeitos de direitos, especialmente através das organizações sociais de mulheres e das secreterias do meio ambiente, visando o enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas sobre a vida das mulheres e suas famílias na Amazônia.

2. Articular ações de advocacy e educação ambiental, através das organizações de mulheres, para a implementação de políticas públicas que considerem a vulnerabilidade das mulheres frente aos desastres naturais e outros impactos com mecanismos legais, à luz da justiça climática, garantindo os direitos das mulheres , por exemplo, seu acesso a recursos naturais, moradia e à segurança alimentar.

A agente social e ativista ambiental Angelica Pankararu ressaltou a importância do evento e da representatividade feminina na luta climática. “Sou mulher, sou indígena, sou agente social e trabalho na causa ambiental desde 1992. Viemos representar as mulheres da Soma dos Quintais, as mulheres brancas, indígenas, quilombolas e negras. Vamos levar a nossa fala, o nosso orgulho e os nossos projetos”, afirmou.

Já a engenheira florestal Rose Batista destacou a relevância das Conferências Livres na formulação de políticas públicas. “Esses encontros têm como objetivo principal valorizar a participação social. É essencial que os grupos se reúnam para debater e formular propostas que possam ajudar a melhorar a situação climática que vivemos hoje. A participação das mulheres e jovens nesse movimento é fundamental”, ressaltou.

O evento também contou com uma apresentação sobre a Cúpula dos Povos, feita por Socorro Papoula, e encerrou ao meio-dia, reforçando o compromisso das mulheres da Amazônia na construção de um futuro mais sustentável e justo.

 

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ascom

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