No sábado, 19 de outubro de 2024, Manaus foi o cenário do Pós-Fospa, um evento que reuniu diversas organizações comprometidas com a defesa do meio ambiente e da Amazônia. O encontro começou no Parque dos Bilhares, com a VI Tribuna das Águas, focada no tema “Preservação das Florestas e Cuidado das Águas”, e reuniu movimentos sociais e ambientais em defesa dos recursos naturais da região.
Após a Tribuna, os participantes seguiram em caminhada até o auditório da Maromba, onde o evento continuou com um café comunitário e mesas de debate. O evento foi mediado por representantes do Movimento de Mulheres e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), que conectaram os temas discutidos ao Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa) e à COP 30. O Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares) marcou presença no encontro, reforçando o compromisso da Companhia de Jesus com a preservação ambiental.

Uma das principais falas foi da professora Dra. Tânia Ricaldi Arévola, da Universidade Mayor de San Simón, na Bolívia, que discutiu os desafios do extrativismo e as alternativas para um desenvolvimento sustentável. Tânia destacou:
“Precisamos abandonar esse extrativismo perverso e construir alternativas energéticas que mudem as lógicas de desenvolvimento que impactam os sistemas de vida das comunidades e dos povos, além das afetações ambientais.”
O padre Sandoval da Rocha, SJ, do Fórum das Águas, também contribuiu ao discutir a necessidade de adaptar ações de preservação ao contexto local. Ele afirmou:
“Precisamos resgatar esses encaminhamentos e ver como podemos adaptá-los aqui em Manaus e na Amazônia, criando essa consciência ambiental e um ambiente propício ao cuidado.”
Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de contribuir na “Fila do Povo”, um espaço aberto para sugestões e reflexões. A partir das discussões, foram estabelecidas três ações principais: a remunicipalização do saneamento, o incentivo ao reflorestamento com apoio de universidades e a preservação de rios e igarapés.

Compromissos para o futuro
O encerramento foi marcado por uma cerimônia mística conduzida pela Comissão Pastoral da Terra e reafirmou o compromisso de todos os presentes em continuar lutando pela preservação da Amazônia. O Pós-Fospa 2024 reforçou a urgência de ações locais e regionais no enfrentamento da crise climática e ambiental, propondo uma coalizão pelo clima no Amazonas.
As ações discutidas no evento serão levadas adiante como parte de uma agenda de preservação e defesa dos direitos dos povos da Amazônia, reafirmando o papel de Manaus como epicentro das discussões climáticas no Brasil.
O Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa), criado em 2001, segue como um espaço central para a mobilização de povos indígenas e movimentos sociais da bacia amazônica, reforçando a importância da solidariedade internacional na proteção dos recursos naturais e na construção de um futuro sustentável para a região.










