No último dia 4 de novembro, o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares) sediou a oficina “Nossa Casa Solar”, realizada no Espaço Loyola em parceria com a Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil. A atividade gratuita fez parte de uma série de ações voltadas à popularização do uso de energia solar fotovoltaica e à democratização do conhecimento sobre o sistema de compensação de energia elétrica.

A oficina teve como objetivo desmistificar o uso da energia solar fotovoltaica como alternativa acessível, mostrando que, mesmo sem grandes investimentos, a geração de energia renovável está ao alcance da população. O evento atraiu pessoas interessadas em compreender o processo de instalação de painéis solares e conhecer opções de financiamento e incentivos para a autossuficiência energética, oferecendo uma formação que também visa ampliar a conscientização ambiental e enfrentar as mudanças climáticas.

Joilson Costa, coordenador da Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil e assessor do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS), destacou a relevância do evento como uma oportunidade para que as pessoas aprendessem sobre o sistema de compensação de energia elétrica e a geração descentralizada, que já representa quase três milhões de instalações fotovoltaicas no Brasil. “A importância dessa oficina está em ajudar as pessoas a compreenderem como funciona esse sistema, difundindo o conhecimento sobre essa opção de geração descentralizada a partir da energia solar. Muitas pessoas já sabem que podem gerar energia através de painéis fotovoltaicos, mas ainda não têm informações suficientes sobre como viabilizar essa instalação em suas próprias casas”, afirmou Costa.

O evento abordou questões práticas sobre a geração de eletricidade por meio de painéis solares, os custos envolvidos e as alternativas de financiamento. Foram ainda apresentadas as principais legislações que regulamentam o sistema de compensação de energia no Brasil, como a Lei nº 14.300/2022 e a Resolução ANEEL nº 1059/2023. Essas normas permitem que qualquer pessoa produza parte ou toda a energia que consome, incentivando a adesão a um modelo de geração mais sustentável e renovável.

Segundo os organizadores, um dos objetivos da oficina foi combater informações incorretas que dificultam o entendimento sobre a viabilidade da energia solar fotovoltaica. Para Joilson Costa, ao facilitar o entendimento das etapas e das possibilidades envolvidas, o evento contribuiu para que os participantes avaliassem de forma segura se desejam adotar essa tecnologia, gerando economia e, ao mesmo tempo, auxiliando na transição para uma matriz elétrica mais limpa no Brasil.

A transição energética justa e popular, tema debatido no XI Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa), realizado este ano na Bolívia, foi destacada na oficina, incentivando o público a refletir sobre seu papel no enfrentamento dos desafios climáticos. Os participantes receberam um certificado digital de quatro horas emitido pela Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil, comprovando sua capacitação no tema.

A campanha “Nossa Casa Solar” e as ações da Frente e do Sares reforçam a importância de democratizar o acesso a fontes renováveis, promovendo uma mudança em direção a uma matriz energética mais sustentável e solidária.