Na última terça-feira, 19 de março, teve início o curso de formação em Educação Popular para Comunicadores Populares Especializados em Saúde (CPES) promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (Sares). O curso visa capacitar profissionais para uma atuação mais qualificada e sensível às necessidades das comunidades da Amazônia.
A iniciativa faz parte do Projeto MOETÁ – Informação, Comunicação e Divulgação Científica em saúde, promovido pela Fiocruz Amazônia, que consiste na valorização dos saberes práticos e simples das pessoas de distintas culturas, especialmente dos povos indígenas da Amazônia, por muito tempo marginalizados, como detentores de um “não saber”. Por meio da pedagogia Freiriana e da pedagogia Inaciana, os participantes serão capacitados a promover uma educação que respeite e valorize os conhecimentos locais, contribuindo para a formação de um pensamento crítico e autonomia.
O curso, que tem duração de 12 horas, aborda temáticas relacionadas à Educação Popular e à realidade amazônica, com uma metodologia segmentada em três dias de atividade, divididos em Círculos de Conversa. A equipe de facilitadores do Sares inclui o cientista social e coordenador do Serviço, Pe. Adriano Luís Hahn, SJ, a educadora social, Mercy Soares e a analista social, Mary Nelys. Segundo o Pe. Adriano Hahn, SJ, durante o período do curso serão exploradas as metodologias da educação popular, com o intuito de construir conhecimento de forma coletiva e aprofundar questões relevantes para a região amazônica. “Juntos, aprenderemos e construiremos, aprofundando questões e buscando ser sujeitos da história, conforme ensinou Freire. Assumindo a realidade, trabalharemos para construir um mundo mais justo, humano e melhor”, ressaltou.
Ao final do curso, espera-se que os participantes estejam mais preparados para desenvolver processos pedagógicos que promovam a conscientização e a autonomia nas comunidades, contribuindo para a construção de um futuro mais promissor na região amazônica.
Sobre o Projeto MOETÁ
O projeto MOETÁ, desenvolvido pelo Instituto Leônidas e Maria Deane ILMD/FIOCRUZ Amazônia, visa preencher uma lacuna crucial na comunicação científica em saúde, especialmente na região amazônica. Reconhecendo a importância da divulgação científica acessível e inclusiva, o projeto se propõe a formar Comunicadores Populares Especializados em Saúde (CPES) para disseminar informações científicas de maneira atrativa e compreensível para a população em geral.
A coordenadora do Projeto MOETÁ, professora Rita Bacury, enfatizou: “Moetá, em ‘Nhengatu’, significa multiplicar, tornar muitos, socializar. É a Fiocruz indo ao encontro do povo. Segundo ela, o projeto prevê também o desenvolvimento de material didático e institucional, com informações que promovam empoderamento e cidadania. “Para seguir nesta caminhada, articulamos uma parceria solidária com o Sares, que está contribuindo conosco na formação dos Comunicadores Populares Especializados em Saúde”, ressaltou Rita.
Segundo Elton Aleme, enfermeiro e parte da coordenação executiva do projeto MOETÁ, o projeto vai atender sete bairros da cidade de Manaus (AM), com o intuito de levar a ciência para mais próximo dessas localidades. “A gente vai conversar com as comunidades, identificar as vulnerabilidades, mas principalmente identificar as problemáticas de saúde daquela localidade e poder pegar as produções científicas, os estudos científicos que a Fiocruz produz e transformar isso numa linguagem popular para a comunidade ter acesso também à ciência”.